Cigarros eletrônicos: apreensões no DF somam 36 mil em cinco anos, mesmo com venda proibida

  • 14/06/2025
(Foto: Reprodução)
Em 2023, quase 25 mil unidades foram confiscadas. Adolescente de 15 anos morreu em maio por complicações causadas pelo vape. Usuário de cigarro eletrônico. TV Globo/Reprodução Os cigarros eletrônicos seguem circulando com facilidade no Distrito Federal, apesar de serem proibidos desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mais de 36 mil unidades foram apreendidas pela Receita Federal em Brasília, entre 2020 e 2025, segundo levantamento obtido pela TV Globo. ✅Clique aqui e siga o perfil do DF2 no Instagram. O maior número de apreensões foi em 2023, quando quase 25 mil dispositivos foram confiscados (veja tabela abaixo). Ainda segundo as informações do levantamento, o DF é a 10ª unidade da federação que com mais apreensões. Apreensões de cigarros eletrônicos no DF desde 2020. TV Globo/Reprodução O valor estimado das apreensões ultrapassa R$ 3,3 milhões. Em maio, uma adolescente de 15 anos morreu por complicações causadas supostamente pelo uso do ‘vape’. A família disse não saber que a jovem usava cigarro eletrônico. Contrabando de cigarros eletrônicos A Receita Federal afirma que os dispositivos entram no país por rotas clandestinas. Uma das principais é pela fronteira do Paraguai com os estados de Mato Grosso do Sul e Paraná. Dentro do Brasil, os cigarros eletrônicos são vendidos com facilidade em tabacarias, camelôs e até pela internet. Segundo o auditor da Receita Federal Raphael Eugenio de Souza, o contrabando ocorre tanto em pequenas cargas quanto em grandes remessas interceptadas nas fronteiras e portos brasileiros. "Esse produto é extremamente difundido, tem uma aceitação muito grande, principalmente entre os jovens. É muito difícil coibir, porque, por ser uma demanda muito alta, sempre vão buscar outros meios de trazer esse produto de forma clandestina ao país”, afirma Souza. O auditor fiscal conta que até mesmo crianças foram flagradas comprando o dispositivo. “E percebemos também que alguns locais, às vezes, proíbem o cigarro convencional, mas não o eletrônico, o que estimula o consumo”, diz. Danos à saúde O uso de cigarros eletrônicos, de acordo com o Ministério da Saúde, pode aumentar o risco de doenças cardíacas e distúrbios pulmonares. A pasta destaca ainda que a nicotina, presente nestes dispositivos, pode afetar negativamente o desenvolvimento cerebral de crianças e adolescentes, impactando no aprendizado e na saúde mental. Segundo o pneumologista Paulo Henrique Feitosa, usuários desse tipo de dispositivo ficam mais dependentes da nicotina do que os que fumam cigarro. "Muitos pacientes ficam com insuficiência respiratória e há mortes também pelo uso de vape. [...] Nicotina é uma droga que causa vasoconstricção, aumenta frequência cardíaca, aumenta pressão arterial, aumenta o risco de infartos e acidente vascular cerebral", diz o médico. Projeto em debate O que tem no vape? Pesquisadores encontram substância semelhante à anfetamina No Senado Federal, um projeto de lei tenta autorizar a produção, comercialização e importação dos dispositivos, além de estabelecer regras para controle e fiscalização. A proposta também proíbe a venda para menores de 18 anos. A votação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) foi adiada em 2024 e ainda não tem nova data. No relatório apresentado à Casa, a Anvisa cita que, nos países onde o produto foi liberado, como Estados Unidos e Reino Unido, houve um aumento do consumo entre crianças e adolescentes. O documento diz que o vape, mais viciante, pode conter até 20 vezes mais nicotina que o cigarro comum. LEIA TAMBÉM: CASO BRUNO HENRIQUE: apostador investigado confessa ao MP do DF que sabia de cartão amarelo NOROESTE: entenda decisão que realoca famílias indígenas para terreno atrás do Hospital da Criança Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2025/06/14/cigarros-eletronicos-apreensoes-no-df-somam-36-mil-em-cinco-anos-mesmo-com-venda-proibida.ghtml


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